quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Coincidências ?

Três fatos isolados, mas que envolveram a morte de duas crianças e uma terceira que desesperadamente luta pela vida com o apoio incansável dos médicos mostram as arbitrariedades deste mundo no qual vivemos.


Em março de 2008, ocorreu o que bondosamente chamam de acidente, quando a menina Izabela Nardoni, de cinco anos de idade, pelo que tudo indica foi lançada do sexto andar onde residia em SP. Os pais tão somente alegam um fatal acidente...O caso se arrasta na justiça.





Agora em dezembro, no interior da Bahia, o padastro de um menino de dois anos confessou ter colocado dezenas de agulhas no corpo do garoto. O cidadão alegou desavenças amorosas com a mãe do menino e que em vingança escolheu a indefesa criança para pôr em prática o que também já se aventa como magia negra.





O noticiário do dia 22/12 informou que um bebê de seis meses caiu do sétimo andar de um prédio no bairro do Méier, subúrbio do Rio. Na hora do estranho acidente o pai alega que tomava conta da criança...





Não é novidade que qualquer descuido com crianças pode ser fatal. Mas o que chama atenção é o aumento de acidentes e incidentes nos quais as maiores vítimas são as crianças. Uma hora a criança caiu na piscina. Outro momento foi esquecida dentro de um veículo e lá faleceu asfixiada. Camêras de circuito interno dão conta de babás agredindo sem nenhum pudor crianças que se entende indefesas. Para não se falar em enfermeiras assassinas e cruéis. Pedófilos, etc.





Considere-se os casos das crianças caindo do sexto e sétimo andares respectivamente como se ambas marcaram um ponto de referência e correndo venceram o obstáculo da rede de proteção e lançaram-se ao espaço. No caso da pequena Izabela ela teria idade para tal façanha, mesmo em remota possibilidade, mas o bebê do Méier é no mínimo estranha a justificatica dos pais;





Considere-se as explicações ingênuas de cada pai nos casos aqui abordados;





Considere-se que a criança não pediu para nascer e que se vai ser um empecilho pudessem o(s) pai(s) doarem a referida criança antes que ela venha "atirar-se" de uma janela.





Pelo sim ou pelo não, percebe-se de forma crescente cada vez mais, o descaramento de muitas pessoas, e o cinismo de outras. Se o profeta Habacuque estivesse entre nós sem dúvida perguntaria: "Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita. Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida". (Habacuque 1.1-4).





Que Deus em sua bondade e misericórdia desperte a cada pai e a cada mãe. Que fomente em cada família o devido senso de responsabilidade. Que cada janela esteja protegida não apenas por telas, mas pelo cuidado diário que Deus exigiu dos pais no livro de Deuteronômio 6.6-9.





Que Deus a todos abençoe agora e no dia da eternidade.





Pr. Josué Ribeiro da Costa, aprendiz de Teologia.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dia do professor

As expressões "dia de", "dia do", "dia da", etc, foram cunhadas para de alguma forma homenagear e não sabemos se o comércio neste dia do professor vende presentes como em outras datas festivas.


A história da educação retrata como era no passado o funcionamento do ensino a começar pelas primeiras letras normalmente ensinadas no próprio lar. No entanto ao folhearmos as páginas das Sagradas Escrituras aprendemos que Deus em seu cuidado e amor determinou que além do intelecto o pai deveria também ensinar e de forma exaustiva os preceitos morais e eternos de Sua Palavra. Assim conta o registro bíblico em Deuterônomio 6.6-9, "Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas".
Em uma leitura apressada do texto acima pode parecer exagero a sua prática, mas é bom ressaltar que a estrutura familiar dessa época atesta os felizes resultados advindos, já que são prescrições do próprio Deus que vencem tempo e espaço, podendo ser obedecidas atualmente.



Ora, a função do professor dentro do sistema escolar é nobre, mas o papel da família não pode ser delegado a nenhum outro segmento. Perguntas que parecem ingênuas são feitas constantemente entre elas; "por que a violência chegou assustadoramente às salas de aula", e diga-se sem nenhum pudor ou medo de correção por parte dos infratores. Talvez muitas respostas, mas uma é circunstancial e emblemática: a família (não todas), tem perdido o lugar de referência. De absolutos. De ordem, disciplina e parâmetros.



Até um pouco de religiosidade tem sido posta em dúvida em muitos lugares, ou seja, Deus foi expulso acintosamente, o que se deve esperar então? A máxima de "a toda ação, corresponde uma reação" tem também suas implicações no âmbito moral.

Fora baixos salários, plano de carreira no papel e como assunto apenas de ano eleitoreiro, o professor conseguia suportar tais desmandos e percalços, mas agora, não só com a violência descabida dentro do espaço escolar, mas também o vandalismo, o número de professores estressados e virando as costas à profissão tem aumentado consideravelmente. Bem, falta de reunião buscando soluções para, diga-se, amenizar esse quadro, não é o caso e tem ocorrido muitas e outras mais haverão, mas que tivessem resultados positivos e visíveis sem o famosíssimo blá, blá, blá.



Neste dia 15/10, dia do professor, nossos sinceros parabéns, seja pelo sacerdócio, pela profissão ou até pela necessidade, mas que cada professor pudesse ser lembrado e festejado por bons salários, pelo reconhecimento e respeito, pois do jeito que as coisas caminham e não irá muito longe, professor será profissão de alto risco.

Que a todos Deus abençoe em Cristo Jesus.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O vinho nos tempos do Antigo Testamento [Parte I]



INTRODUÇÃO

Foi aventada na última postagem entre as possibilidades, a de um artigo que falasse sobre o que a Bíblia diz sobre o vinho, seja ele o fermentado (o que leva à embriaguez), o suco da uva assim como o respectivo uso e considerações que a Palavra de Deus faz sobre o assunto.

Tendo em vista o assunto em pauta fazer parte de alguns artigos da Bíblia de Estudo Pentecostal (Edições CPAD) e pela forma pertinente como alí aparece, segue a transcrição em sua íntegra, o que será feita em partes por serem matérias longas.





O VINHO NOS TEMPOS DO ANTIGO TESTAMENTO

Números 6.3 "de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerás."

Palavras hebraicas para "vinho". De um modo geral, há duas palavras traduzidas por "vinho" na Bíblia.

[1] A primeira palavra, a mais comum, é yayin, um termo genérico usado 141 vezes no Antigo Testamento para indicar vários tipos de vinho fermentado ou não-fermentado (ver Neemias, que fala de "todo o vinho [yayin]" = todos os tipos).
- (a) Por um lado, yayin aplica-se a todos os tipos de suco de uva fermentado (Gênesis 9.20,21; 19.32,33; 1 Samuel 25.36,37; Provérbios 23.30,31). Os resultados trágicos de tomar vinho fermentado aparecem em vários trechos do Antigo Testamento, notadamente Provébios 23.29-35.
- (b) Por outro lado, yayin também se usa com referência ao suco doce, não fermentado, da uva. Pode referir-se ao suco fresco da uva espremida. Isaías profetiza: "já o pisador não pisará as uvas [yayin] nos lagares" (Isaías 16.10); semelhantemente, Jeremias diz: "fiz que o vinho [yayin] acabasse nos lagares; já não pisarão uvas com júbilo" (Jeremias 48.33). Jeremias até chama de yayin o suco ainda dentro da uva (Jeremias 40.10,12). Outra evidência que yayin, às vezes, refere-se ao suco não fermentado da uva temos em Lamentações, onde o autor descreve os nenês de colo clamando às mães, pedindo seu alimento normal de "trigo e vinho" (Lamentações 2.12).

O fato do suco de uva não-fermentado poder ser chamado "vinho" tem o respaldo de vários eruditos. A Enciclopédia Judaica (1901) declara: "O vinho fresco antes da fermentação era chamado yayin-mi-gat [vinho de tonel] (Sanh, 70a)". Além disso, a Enciclopédia Judaica (1971) declara que o termo yayin era usado para designar o suco de uva em diferentes etapas, inclusive "o vinho recém-espremido antes da fermentação." O Talmude Babilônico atribui ao rabino Hiyya uma declaração a respeito de "vinho [yayin] do lagar" (Baba Bathra, 97a). E em Halakot Gedalot consta: "Pode-se espremer um cacho de uvas, posto que o suco da uva é considerado vinho [yayin] em conexão com as leis do nazireado" (citado por Louis Ginzberg no Almanaque Judaico Americano, 1923, pp. 408, 409). Para um exame de oinos, o termo equivalente no grego do Novo Testamento, à palavra hebraica yayin, ver os estudos O vinho nos tempos do Novo Testamento (1) e (2), p. 1517 e p. 1573, da Bíblia de Estudo Pentecostal, que se possível também será postado nesse blog.


[2] A outra palavra hebraica traduzida por "vinho" é tirosh, que significa "vinho novo" ou "vinho da vindima". Tirosh ocorre 38 vezes no Antigo Testamento; nunca se refere à bebida fermentada, mas sempre ao produto não-fermentado da videira, tal como o suco ainda no cacho de uvas (Isaías 65.8), ou o suco doce de uvas recém-colhidas (Deuterônomio 11.14; Provérbios 3.10; Joel 2.24).

Brown, Griver, Briggs (Léxico Hebraico-Inglês do Velho Testamento) declaram que tirosh significa "mosto, vinho fresco ou novo". A Enciclopédia Judaica (1901) diz que tirosh inclui todos os tipos de sucos doces e mosto, mas não vinho fermentado". Tirosh tem "bencão nele" (Isaías 65.8); o vinho fermentado, no entanto, "é escarnecedor" (Provérbios 20.1) e causa embriaguez (Provérbios 23.31).


[3] Além dessas duas palavras para "vinho", há outra palavra hebraica que ocorre 23 vezes no Antigo Testamento, e frequentemente no mesmo contexto _ shekar, geralmente traduzida por "bebida forte" (1 Samuel 1.15; Números 6.3). Certos estudiosos dizem que shekar, mais comumente, refere-se a bebida fermentada, talvez feita de suco de palmeira, de romã, de maçã, ou de tâmara.

A Enciclopédia Judaica (1901) sugere que quando yayin se dintigue de shekar, aquele era um tipo de bebida fermentada diluída em água, ao passo que esta não era diluída.

Ocasionalmete, shekar pode referir-se a um suco doce, não fermentado, que satisfaz (Robert P. Teachout: "O Uso de Vinho no Velho Testamento", dissertação de doutorado em Teologia, Seminário Teológico Dallas, 1979).

Shekar relaciona-se com shakar, um verbo hebraico que pode significar "beber à vontade", além de "embriagar". Na maioria dos casos, saiba-se que quando yayin e shekar aparecem juntos, formam uma única figura de linguagem que se refere às bebidas embriagantes.



terça-feira, 25 de agosto de 2009

Bíblia: um Livro de critérios

Ao se ver as inúmeras agressões feitas à Palavra de Deus, sejam por palavras ou práticas litúrgicas, o zelo e brio dos mais pacientes afloram visivelmente. Ao se falar em critérios na Bíblia quer se dizer que sua leitura, interpretação e aplicação devem também ser sensatas (criteriosas). Distorções e aberrações sem fim são feitas em nome e com a desculpa de que "está na Bíblia".

O bom conhecedor das leis de hermenêutica bíblica fará diferença entre o que a Bíblia autoriza ou não a fazer, e aquilo que a pessoa para endossar um ponto de vista, um novo costume e hoje muito em voga criar atrações para o povo, cita a Bíblia para ter maior respaldo. Existem textos e passagens bíblicas que são tomadas sem nenhum escrúpulo e de forma isolada sem se conhecer usos e costumes dos povos bíblicos, assim como as regras básicas de interpretação bíblica.

Se a pessoa ou líder responsável tivesse um pouco de bom senso diria: "querida e amada igreja, congregação, grupo, etc, teremos uma inovação em nossas reuniões a partir de ... , mas quero deixar claro que não tem nada a ver com a Bíblia, sou eu o(a) responsável pela idéia". Mas parece que para tal atitude falta um pouco de coragem, discernimento e respeito à Palavra de Deus para não se falar em temor do Senhor. É mais fácil e confortador mascarar certas inovações citando a Bíblia para que se tenha um clima de aparente espiritualidade.

Os defensores das interpretações distorcidas citam muitos textos da Palavra de Deus e entre eles o que se referem à poligamia, ao respaldo em se tomar bebida alcóolica, etc. Quem sabe numa próxima oportunidade Deus permita citar fontes fidedignas que tratam dos dois assuntos (?), isto com transparência e bom senso. Agora, apenas alusão a um texto que não é comum ser citado pelos falsos hermenêutas e que eles já sabem que a referida passagem não é literal, ou seja, não deve ser tomada ao pé da letra.

Jesus em seu profundo e atualíssimo sermão da montanha citou um texto que o evangelista Mateus assim registrou: "Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-0 de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um de teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno"( Mateus 5.29,30).

Já se ouviu de mentecapto que desejou aplicar a si mesmo os versículos citados. Mas entre os que dizem "está na Bíblia", para acobertarem suas práticas litúrgicas ou mesmo cotidianas, não se viu pessoas sem olhos ou sem as mãos cumprindo o referido texto. Aliás, a bem da verdade e da justiça quantos estariam por aí cegos e manetas. A Bíblia é um livro rico em figuras e simbolismo e o texto proposto por Jesus insere-se entre os tais. Na época, o Mestre ensinava sobre a luxúria. No versículo 28, Jesus diz:"Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela".

Ora, a questão da impureza está no intimo de cada um. Os membros do corpo humano apenas respondem as reações internas. O Antigo Testamento condenava o ato, a ação do adultério. O Novo, pelos ensinos de Jesus vai mais longe, condenando também as mais escondidas emoções e pensamentos escusos. Corrobora também o texto de Mateus 15. 28-20: "Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem; mas o comer sem lavar as mãos não o contamina".

Fica claro que Jesus queria que seus ouvintes vissem que a verdadeira fonte do pecado jaz, não no orgão físico, mas no coração. O coração perverso do homem precisa ser mudado se ele quer escapar à ruina final do inferno. Que haja critérios na leitura, interprteção e aplicação da Bíblia Sagrada. Que Deus em Cristo Jesus a todos abençoe, agora e na eternidade.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A Noite de São Bartolomeu

Alinhar ao centro O massacre de São Bartolomeu. Catarina de Médicis, mãe do rei( Carlos IX da França), romanista ardorosa e instrumento dócil do papa, deu a ordem, e, à noite de 24 de agosto de 1572, 70.000 huguenotes, inclusive a maioria dos seus líderes foram trucidados. Houve grande regozijo em Roma. O papa e seu Colégio de Cardeais foram, em solene procissão, à Igreja de San Marco, mandando cantar Te Deum em ação de graças. Mandou cunhar uma medalha comemorativa do massacre e enviou um cardeal a Paris para levar ao rei, e à rainha mãe suas congratulações, bem como dos cardeias. "Faltava um nada para a França tornar-se protestante; ela, porém esmagou o protestantismo na Noite de São Bartolomeu, 1572".

As guerras huguenotes

Em seguimento ao massacre de São Bartolomeu, os huguenotes uniram-se e se armaram para a resistência, até que, finalmente, em 1598, pelo Edito de Nantes, concedeu-se-lhes o direito de liberdade de consciência e de culto. Mas, nesse entretempo, uns 200.000 pereceram mártires. O Papa Clemente VIII achou "condenável" o Edito de Nantes. Depois de anos de trabalho dos jesuítas, às ocultas, o Edito de Nantes foi revogado, 1685, e 500.000 huguenotes fugiram para países protestantes,(Transcrito do Manual Bíblico de Halley, p. 701. V2. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. 1970).

sábado, 20 de junho de 2009

Uma simples opinião

Peço escusas pela demora em escrever neste blog, e mesmo as poucas linhas que se seguem não caracterizarão a rigor um artigo, mas a título de reflexão tomo notícias veiculadas, que será necessário a apresentação de receita médica para a compra de remédios que até então eram vendidos nas farmácias sem tal exigência. Alega-se entre outras, que o uso indiscriminado dos referidos medicamentos trazem efeitos colaterais. A preocupação é sempre saber o que há por trás de tais iniciativas, suas motivações. São realmente visando o bem comum? É um caso de tanta urgência e necessidade? Os prejuízos para a população têm sido tão danosos?
Entende-se que para as referidas medidas juntaram-se especialistas e informações adequadas, assim como um pouco de seriedade o que gerou a preocupação. Como há grupos preocupados com o bem estar de toda a população e estão certos, por que não fazer o mesmo com o cigarro e principalmente as bebidas alcóolicas, proibindo a venda e isto de forma ostensiva e séria. Se para a venda de medicamento deve ser exigido o receituário e isto para a proteção da população o que se dizer da proibição da venda de bebidas alcóolicas? Diga-se que a Lei Seca foi um grande passo, no entanto a facilidade para o consumo de bebidas alcóolicas continua.
Que hajam medidas, leis, prescrições visando o bem comum, mas que não sejam parciais, mascaradas.
Que a todos Deus abençoe em Crist0 Jesus.

sábado, 7 de março de 2009

santificação e verdade

Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade (Evangelho de João 17.17).

 

Retomamos a idéia do primeiro artigo desse blog onde nos propusemos considerar alguns fatos importantes no estudo da Palavra de Deus.

A Bíblia é um livro de alcance universal. Sua leitura é feita portanto por um grande número de pessoas, mas sabemos que entre a leitura e a devida compreensão uma série de obstáculos devem ser vencidos. Não vai aqui à sugestão de ser a Bíblia um livro inalcançável ou de dificílimo entendimento. Pelo contrário, a acessibilidade à sua leitura prova-se na sua tradução em mais de 2400 línguas. O elementar e necessário para se conhecer a Deus, e aceitar-se a Jesus Cristo como Salvador pessoal e Senhor, a Bíblia tem e está entre as doutrinas mais acessíveis. "Nunca é demais frisar que o tema central da Bíblia é Cristo. O desígnio geral da Bíblia é a redenção do homem e seu bem geral. Já o seu fim último é a glória de Deus (Apocalipse 4.11), daí a indicação para que se faça inicialmente o estudo das Escrituras pelo método sintético cuja finalidade é o estudo geral de cada livro antes de cuidar de sua interpretação. No trato e leitura da Palavra de Deus, é preciso saber portanto primeiramente o que a Bíblia diz, para então procurar saber o que significa" ( Manual do CAPED, p 67. Edições CPAD).A Bíblia refere-se a uma vastidão de assuntos e o faz com autoridade e peculiaridade, no entanto o assunto mais abrangente e de maior importância é a pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Aqui ressalte-se que só Jesus pode salvar o homem caído e destituído da glória de Deus. A isto chama-se mensagem Cristocêntrica, aliás diga-se de passagem que em todos os livros da Bíblia há referências a pessoa  de Cristo.

Verdade e santidade não só percorre as páginas da Bíblia, mas são exigidas daqueles que desejam aprofundar-se em seu conhecimento. O texto em alusão insere-se na conhecida oração sacerdotal proferida por Jesus quase ao final de seu ministério terreno.

"Santifica-os na verdade a tua palavra é a verdade". A santidade é atributo intrínseco do Senhor Deus (Levíticos 11.45; 19.2; 1 Pedro 1.16; Hebreus 12.14). O apóstolo Pedro em sua primeira carta capítulo 1 e versículo 15 diz:"Pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento". O entendimento, a intimidade com a Bíblia só se aperfeiçoará a medida que o leitor ou estudante tiver este desejo em sua vida interior e exterior. Pode-se até fazer a leitura mecânica e intelectual da Bíblia, mas nesse caso, ela será apenas mais um livro. No texto acima há uma expressão rica: "...tornai-vos santos vós mesmos em todo o vosso procedimento". Ora, como conciliar uma vida desregrada, contumaz, de afrontas aos princípios morais e espirituais que Deus exige daqueles que Dele se aproxima à leitura, compreensão e dedicado estudo da Bíblia?

Em considerações sem maiores delongas a santificação refere-se ao processo, ao caminho que se percorre para se ter maior pureza, maior grau de separação para melhor uso de Deus. A santidade é o estado. É o fim maior e objetivo.

O conceito de santidade na Bíblia envolve separação para melhor servir a Deus. Esta separação não é traduzida por nenhum legalismo do tipo : afastar-se do convívio social  e tornar-se eremita alegando que irá pecar  menos  pois não verá tanta sensualidade ou não será induzido ao mal com tanta facilidade. Jesus em palavras claras nos diz que o que contamina o homem não é o que entra, mas o que sai, porque o que sai procede do coração. No mesmo texto Jesus elenca algumas coisas nocivas procedentes de um coração impuro e contaminado pelo pecado tais como maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias ( Evangelho de Mateus 15.17-20). Aos que desejarem mais informações sobre as regras áureas para uma vida de pureza, e logicamente atenderem um estágio mais avançado de santidade dentro dos padrões divinos devem atentamente ler do capítulo cinco ao sete do Evangelho de São Mateus. Pode-se acrescentar a carta do apóstolo Paulo aos Gálatas em seu quinto capítulo, versículos 16 ao 25. É evidente que outros textos estão disponíveis na Palavra de Deus, mas os indicados podem ser motivo de profundo estudo e meditação se vistos em um contexto de seriedade  e anelo pelas coisas de Deus.

O binômio santidade e verdade é de uma expressividade que palavras sempre serão devedoras à profundidade do que Jesus disse. Não pode haver santidade sem padrões de verdade. Não pode existir verdade sem padrões elevadíssimos de santidade. A verdade na Bíblia é absolutamente absoluta, que desculpem a redundância! Os ataques mais incisivos à Palavra de Deus são justamente para descaracterizá-la como a Palavra da verdade, o Livro da verdade. O que a Bíblia fala sobre a verdade é verdade e será verdade por toda a eternidade. O princípio do sim, sim e não, não da Palavra de Deus é imutável pelo que louvamos a Deus por sua santa e bendita Palavra. "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno" ( Evangelho de Mateus 5.37).

 

"Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade".

Que é a verdade? É uma pergunta muita antiga e por muitas vezes ela tem sido repetida e não sabemos por quanto tempo ainda o será. No último encontro que Pilatos teve com Jesus, a pergunta é feita ao Mestre, no entanto de maneira cínica e superficial, quando na verdade a resposta seria dada a contento se Pilatos estivesse realmente interessado em saber o que é a verdade, pois ali estava a verdade personificada em Cristo.

Um mentiroso pode ser muito engenhoso no que diz, e aparenta ser, no entanto, com uma investigação acurada e isenta a verdade deve se manifestar, mesmo sabendo que inúmeras vezes é a fraude que tem mascarado a verdade e por meios diversos conseguido burlar aos nossos anseios mais puros pela manifestação da verdade. Agora fazer uma verdade transforma-se em mentira não é nada menos que cinismo frio e calculista.Isto tentaram desaforadamente fazer em um ambiente de aparente religiosidade onde reuniram-se políticos e grupos macomunados a desacreditarem  Jesus, implicando dizer que Ele era um mentiroso e impostor, portanto sem nenhum compromisso com a verdade. Quando Jesus é levado a Pilatos com todas as acusações e difamações que lhe foram impostas nada o atingira. Não se vê Jesus autodefendo-se. Ele, o Senhor foi condenado à revelia, atesta a História, não bastasse o relato transparente da Bíblia nos Evangelhos. Sobre a verdade Jesus falou muitas vezes: "Eu sou o caminho, a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim"(João 14.6).

"Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz"( João 18.37). Há muitos versículos corroborando não só que Jesus falava a verdade, mas que é a verdade. Apenas mais um testemunho sobre a relação de Jesus com a verdade registrada no Evangelho de João:"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça  e verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai"(João 1.14). O conceito de verdade para Jesus era mais que uma peça de retórica muito usada pelos filósofos. A verdade na perspectiva do Mestre não pode ser abalada pelo relativismo nem pela proposta que ocorre em muitos círculos, de se fazer uma releitura da Bíblia que nada mais é que uma metáfora para adaptar-se a Palavra de Deus aos usos e costumes modernos, isto é, que nada seja condenado por ela e seu fiel escrutínio. A experiência de se deixar o homem sem padrões de moralidade, sem noção de certo e errado não tem dado certo e nem dará. A Bíblia não existe para adaptar-se as baixas exigências das pessoas, ou aquelas que aparentemente evoquem algum aspecto positivo, mas para ser a verdade, falar a verdade. Praticar a verdade.

 

Considere-se alguns fatos sobre a verdade na perspectiva da Palavra de Deus.

 

 

  1. "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"(João 8.32).

O versículo ora citado  refere-se à condenação frontal que Jesus fez sobre a malignidade do pecado. Jesus considera o pecado como um senhor implacável que não tem nenhum escrúpulo em usar suas pesadas garras sobre as pessoas. Aqui Jesus sem nenhuma discriminação principalmente por estar falando a um grupo de judeus esclarece que a cada pessoa se oferece a oportunidade de continuar escravo do pecado ou aceitar o Filho de Deus, Jesus como o único capaz de quebrar a mordaça imposta pelo pecado. Por vezes a mensagem sobre o caráter destruidor e nefando do pecado tem sido mascarada, ocultada para não se dizer "esquecida", tendo em vista que muitos  auditórios estão querendo ouvir o que lhes agrada. Todo aquele que não aceitou a Jesus como salvador pessoal e senhor de sua vida está sob os efeitos nocivos e destruidores do pecado. O pecador sem a remissão feita pelo sangue de Jesus está em um circulo vicioso e interminável: Cometer pecado porque é escravo do pecado, e porque é escravo do pecado cometer pecado. "Em verdade, em verdade vos digo: Todo o que comete pecado é escravo do pecado"( João 8.34). Que outras verdades no mundo poderão comparar-se à verdade que só Jesus tem e pode oferecer intransigentemente para libertar o ser humano da escravidão do pecado? Reiterando o que já foi dito, Jesus é a verdade personificada de Deus.

  1. A verdade da Bíblia é atualíssima.

Os avanços nos mais diversos campos do saber sucedem-se e multiplicam-se vertiginosamente, no entanto não têm o poder de alterarem o conceito inalienável de verdade na e da Bíblia. Descobre-se que essa é uma  verdade perene e irredutível. É uma verdade que sobrepõe-se e sobrevive ao tempo e as descobertas por mais estupendas que sejam.

São muitas as contribuições científicas e não se pode negá-las. Mas quantos postulados mais recentes descobrem e denunciam falhas e desvios anteriores em verdades supostamente certas. Enquanto isso, a verdade bíblica impõe-se porque é a verdade de Deus e de seu santo livro e não é a toa que uns dos nomes da Bíblia é a Palavra de Deus.

Não seria demais lembrar o domínio de Deus sobre as nações quando o profeta Daniel é chamado à corte babilônica para relembrar o sonho esquecido do rei e também decifrá-lo. Tal narrativa pareceria brincadeira não soubéssemos da seriedade da Bíblia Sagrada. O profeta por meio da revelação divina antevê a existência de quatro impérios mundiais. O Deus da verdade a quem Daniel servia revela o futuro. Dá detalhes que apenas um Deus Criador e onisciente poderia dar. Assim fala o texto sagrado: "Respondeu Daniel na presença do rei e disse: o segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem descobrir ao rei; mas há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; Ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonozor o que há de ser no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça são estas" (Daniel 2.27,28). Que se calem os gurus de plantão mundo afora diante da exatidão da Palavra de Deus.

  1. A verdade da Bíblia existe por si mesma.

Com outras palavras: É uma verdade que não precisa de aparatos de duvidosa origem. Não se presta a conluios, reuniões secretas ou qualquer outro tipo de artifício para se manter como a verdade. Por inúmeras vezes essa verdade tem sido manchada, vilipendiada, achincalhada e distorcida, mas continua a verdade de Deus.  A verdade do Seu livro – A Bíblia. A verdade que enfim liberta.

  1. A verdade da Bíblia antepõe-se, centraliza-se e coloca-se à retaguarda de qualquer outra verdade sem ficar nada a dever.

 

Dizer que tão magnífico assunto foi concluído seria uma pobre pretensão, mas fica evidente que a leitura proveitosa e saudável da Bíblia só terá um avanço benéfico e duradouro quando em nenhum momento forem esquecidos esses dois grandes faróis: o da santificação e o da verdade.

Seria oportuna a citação:"Segui a paz e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor"( Carta aos Hebreus 12.11).

 

Deus em Cristo, na unção de seu Espírito Santo a todos abençoe agora e na eternidade.