quarta-feira, 16 de junho de 2010

A alta crítica e a Bíblia Sagrada

Aventei a possibilidade de escrever algo sobre uma das vertentes dentro do segmento cristão, a alta crítica ou teologia liberal que apenas muda de nome, mas o objetivo é o mesmo, "o de devastar a Palavra de Deus com seu modernismo e suas contradições no que concerne à formação, fontes de autenticidade do cânon, especialmente o Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus livros. Em resumo, a Alta Critica é a discussão das datas e da autoria dos livros. Ela estuda a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes de conhecimento humano. Por sua vez, a Crítica Textual, também conhecida por Baixa Crítica, estuda o texto bíblico, e este somente, e , ao lado da Arqueologia, vem alcançando um progresso valioso, posto à disposição do estudante das Escrituras", assim se expressa o Pr. Antonio Gilberto em seu livro "A Bíblia através dos séculos" (p. 54, CPAD, 1986. Rio de Janeiro). No entanto, em pesquisa, acessei um artigo "A teologia liberal e suas implicações para a fé bíblica", que está muito mais abrangente do que aquilo que projetei escrever sobre os malefícios causados pelo liberalismo teológico e compartilho o site http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=936&menu=7&submenu=4.



"Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação;


porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" ( segunda carta de Pedro 1. 20, 21).




A todos uma ótima e proveitosa leitura na fonte supra citada.


Que Deus em Cristo Jesus desperte cada um de seus servos para a proximidade do arrebatamento de sua Igreja.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O que não é avivamento

"Vivemos uma época de muita confusão. Quando falamos em avivamento, nem todos entendem a mesma coisa. Há muita gente sinceramente equivocada acerca deste importante assunto. Queremos, então, clarear definindo o que não é avivamento.


1. Avivamento não é um programa agendado pela igreja.




Avivamento não é ação da igreja, mas de Deus. É obra soberana e livre do Espírito Santo. A igreja não promove e nem faz avivamento. A igreja não é agente de avivamento; não agenda e nem programa avivamento. A igreja só pode buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. A igreja não produz o vento do Espírito; ela só pode içar suas velas em direção a este vento.


A soberania de Deus, no entanto, não anula a responsabilidade humana. O avivamento jamais virá se a igreja não preparar o caminho do Senhor.


O avivamento jamais acontecerá se a igreja não se humilhar. Sem oração as chuvas torrenciais de Deus não descerão. Sem busca não há encontro. Sem obediência a Deus, jamais haverá derramamento do Espírito. Contudo, quem determina quando e como virá o avivamento é Deus. Ele é soberano [...]




2. Avivamento não é mudança doutrinária.


Incorrem em erro aqueles que, na busca do avivamento, descartam a teologia e desprezam a doutrina. Desprezar a doutrina é dinamitar os alicerces da vida cristã; é querer levantar um edifício sem lançar o fundamento; é querer pôr um corpo de pé e em movimento sem a estrutura óssea.


Não há vida piedosa sem doutrina. A doutrina é a base da ética. A teologia é a mãe da ética.


Vida sem doutrina gera misticismo e experiencialismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrista.


Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade. Todo o avivamento precisa estar fundamentado na Palavra; deve ser norteado pelas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro das balizas da Bíblia e não dentro dos muros de revelações subjetivas, produto muitas vezes da carne.




3. Avivamento não é mudança litúrgica.


Muitos crentes confundem avivamento com forma de culto, com liturgia animada, com coreografia e instrumental luxuoso.


Louvor não é encenação. Não é mimetismo. Não é ritualismo. Não é emocionalismo. Não é seguir fórmulas pré-estabelecidas como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as mãos. Louvor não é sinônimo de animação, gingos e dança.


Louvor que apenas levanta as mãos para o alto, mas não as estende para o necessitado não agrada a Deus. A Bíblia ordena que levantemos mãos santas ao Senhor, num gesto de rendição e entrega (1 Tm 2.8).


Louvor que saltita e pula, mas não vive em santidade, é ofensa a Deus.


Louvor que apenas verbaliza coisas bonitas para Deus, mas não leva Deus a sério na vida é fogo estranho diante do Senhor.


Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de Deus. Assim diz o Senhor: "Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras." (Am 5.23.)


Hoje estamos vivendo a época dos shows evangélicos, dos show-men, dos animadores de programas religiosos, do"rock evangélico", das músicas badaladas por seu ritmo sensual.


Mais do que nunca é preciso tocar a trombeta em Sião e condenar essa falsa idéia de que precisamos imitar o mundo. A música do mundo tem entrado nas igrejas, para vergonha nossa e derrota nossa.


O louvor que agrada a Deus é expresso em espírito e em verdade. O louvor que não é bíblico, é fogo estranho.


Davi fala-nos sobre as balizas do louvor que agrada a Deus: "E me pôs nos lábios um novo cãntico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão essas coisas, temerão e confiarão no Senhor." (Sl 40.3.)


[...] Louvor não é um item da liturgia. Louvor é a totalidade da vida. "Bendirei ao Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios." (Sl 34.1.)


À luz destas coisas, é preciso dizer que avivamento não é mudança litúrgica, é mudança de vida. Avivamento não é histeria carnal, é choro pelo pecado. Deus não procura adoração. Ele procura adoradores.


Embora o avivamento não seja mudança de liturgia, todo o avivamento interfere na liturgia - desinstala a liturgia ritualista, cerimonialista, formalista, fria e morta, e põe em seu lugar uma liturgia viva, alegre, ungida, onde há liberdade do Espírito, sem comprometer a ordem e a decência.


Em épocas de avivamento, a liturgia é dessingessada, e o povo com alegria e liberdade do Espírito adora a Deus, em espírito e em verdade, sem regras rígidas pré-estabelecidas. Cada culto é um acontecimento singular, novo, onde há abertura para o que Deus deseja falar e fazer com o seu povo.


Muitos cultos são solenes, pomposos, porém sem vida. É como disse J. I. Packer em seu livro "Na Dinâmica do Espírito": "Não há nada mais solene do que um cadáver. Há cultos solenes, porém mortos." Embora o avivamento não seja mudança litúrgica, todo o avivamento muda a liturgia, tornando-a bíblica, alegre, ungida, dirigida pelo Espírito de Deus. Precisamos clamar como os puritanos: "Queremos liturgia pura."


4. Avivamento não é eclosão de dons carismáticos e sinais.


Muitos limitam o avivamento a milagres, curas e exorcismos, sem levar em conta a abrangência global da doutrina do Espírito. Isso é bastante temerário. Toda vez que superenfatizamos uma verdade em detrimento de outra, produzimos deformações e distorções.

Deus pode e faz maravilhas, curas, e prodígios quando ele quer. Ele é soberano. Ninguém pode deter a sua mão. Ninguém pode ser o conselheiro de Deus. Ninguém pode instruir a Deus e dizer o que ele pode e o que ele não pode fazer. Ninguém pode obstaculá-lo nem ensiná-lo. Ele faz tudo quanto quer, como quer, onde quer, quando quer, com quem quer. "Ele faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade." (Ef 1.11.) Não obedece à agenda dos homens. Não se deixa impressionar. Ele é livre.

A igreja anda correndo mais atrás de sinais do que de santidade; empolga-se mais com milagres do que com vida cheia do Espírito; anseia mais as bênçãos de Deus do que o Deus das bênçãos. A igreja hoje busca mais uma vida antropocêntrica do que teocêntrica. Entretanto esse não é o cerne do avivamento.

[...] A igreja de Corinto possuia todos os dons, todavia era imatura, espiritualmente era um bebê. Uma igreja tão carismática abrigava divisões, cismas, brigas, partidarismo, contendas, imoralidade e irmãos levando irmãos aos tribunais mundanos. Faltava-lhe compreensão a cerca do casamento e da liberdade cristã. A ceia do senhor era mal interpretada; os dons usados inadequadamente; negava-se a ressurreição dos salvos; negligenciava-se a cooperação financeira com os pobres.

É verdade que, em épocas de avivamento, buscam-se os dons, cujo exercício visa a glória de Deus e à edificação da igreja, mas a ênfase carismática não é sinônimo de avivamento.


5. Avivamento não é modismo.

Muitos crentes, por desconhecimento, posicionam-se contra o avivamento porque consideram-no a mais nova onda da igreja, uma coqueluche moderna e uma inovação sem nenhum respaldo bíblico e histórico.


Aqueles que assim pensam certamente não estudam com critério a Bíblia nem a história da Igreja. Os pontos culminantes da Igreja aconteceram em em épocas de avivamento. Desde o Antigo Testamento essa é uma verdade incontestável. Basta atentar para os grandes despertamentos na época de Ezequias, Josias e Neemias. É só olhar o grande avivamento em Jerusalém, em Samaria, em Antioquia da Síria e em Éfeso. É só informar-se sobre o que Deus fez na Reforma do século XVI, na Inglaterra, no século XVIII e em outros grandes avivamentos da História [...]


6. Avivamento não é superespiritualização da vida.


Muitas pessoas, em sua busca por um avivamento, saem da realidade e enclausuram-se nos castelos inexpugnáveis de uma espiritualidade isolada e monástica. Tornam-se tão "espirituais" que não sabem mais conviver com a vida, isolam-se, fazem da vida uma caverna de fuga. Querem sair do mundo em vez de serem guardados do mal. Dividem a vida entre sagrado e profano, corpo e alma, matéria e espírito. Deduzem que Deus só se interessa pelas coisas espirituais, que ele só atenta para as coisas que se faz na igreja; que Deus não atribui aos negócios, à família, ao trabalho, aos estudos e à vida do dia-a-dia o mesmo valor.


Esta não é a visão bíblica do verdadeiro avivamento. Tudo em nossa vida passa a ser moldado pelo sagrado. Todo o nosso viver é litúrgico, é uma expressão de culto.


O grande avivalista João Wesley, ao mesmo tempo em que pregava sobre avivamento, lutava pelas causas sociais na Inglaterra. Finney foi o maior avivalista do seu país, mas pregou ardorosamente contra a escravidão nos EUA no século passado. João Calvino atacou com veemência os juros extorsivos em Genebra. O avivamento traz profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e morais. O avivamento não leva a igreja à fuga, mas ao confronto.


7. Avivamento não é campanha de evangelização.


Não podemos confundir avivamento com campanhas evangelísticas. Avivamento é para a igreja, para aqueles que já têm vida; evangelização é para o mundo, para quantos estão mortos em delitos e pecados. Avivamento é para crentes nascidos de novo; evangelização é para pecadores inconversos.


Na evangelização a igreja trabalha para Deus; no avivamento Deus trabalha para a igreja. Na evangelização, a igreja vai aos pecadores; no avivamento os pecadores correm para a igreja. Na evangelização, os pregadores apelam aos pecadores; no avivamento, os pecadores clamam aos pregadores.


Em épocas de avivamento, os corações se derretem como cera diante do fogo do Espírito Santo; por isso todo o avivamento deságua em poderosa ação evangelizadora" ( Lopes, Hernandes Dias. Avivamento urgente. 4 edição. Venda Nova, MG, Editora Betânia S/C, 1994, pp. 27-34).