sábado, 17 de dezembro de 2011

A confissão de pecados como salutar prática

"Os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estranhos, puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados e das iniquidades de seus pais." (Neemias 9.2)


A confissão de pecados segundo os padrões bíblicos deveria ser uma "rotina", quero dizer, uma disciplina. Todo o dia é momento de confissão de pecados. Confrontados ou não com nossas falhas, mazelas e pecados, o Espírito Santo almeja nos encorajar a esta salutar prática. Esclareça-se que tal postura não é um mantra, uma espécie de reza ou algo que o valha, pois redundará em legalismo.

A partir da sondagem feita por Deus e de um sincero pedido, o cristão pode falar como o salmista: "vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno" (Salmo 139.23,24). A falta de confissão acumula frieza espiritual, formalismo e insenssibilidade como ocorreu com o povo de Israel e sua liderança por diversas vezes. Deus em sua infinita e graciosa misericórdia provia meios para que através de grandes avivamentos retornassem aos padrões requeridos por Ele.

A confissão de pecados também serve de alarme. O pecado é hediondo. É traiçoeiro. É insistente. É incansável. O escritor na Carta aos Hebreus afirma: "...desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia.."(Hebreus 12.1). Reportando ao primeiro homicídio, as Sagradas Escrituras falam de uma espécie de aviso solene que o Senhor dera a Caim: "Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (Gênesis 4.7). Teria Caim conseguido livramento de tamanha queda caso tivesse confessado o pecado já instalado, mas não consumado? A resposta só pode ser positiva e aqui citamos as palavras de Tiago em sua carta: "Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte" (Tiago 1.15). A confissão é benfazeja, pois cada cristão sincero mesmo acobertado pelo precioso sangue de Jesus, não pode ser ingênuo em desconhecer que lidamos com um coração corrupto cujo mapa só Deus tem acesso e completo domínio. Com a confissão vem o discernimento que áreas obscuras de nosso ser devem ser vasculhadas pelo melhor dos psicanalistas, o Senhor, que conhece cada um de seus vasos como atesta o profeta Jeremias em sábias palavras: "Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações" (Jeremias 17.10).

O crente sincero e conhecedor de suas inúmeras necessidades espirituais não vai esperar grandes avivamentos ou mesmo situação de crises como as que ocorreram nos dias de Esdras e Neemias (Neemias 9.2) para fazer confissão de pecados, mas vai insistir diante do trono do Altíssimo por sua graça, misericórdia e vida de vitória.

Do pecado congênito, inato, herdado de Adão, foram todos os cristãos sinceros purificados pelo precioso sangue de Jesus: "Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1.7). Na mesma epístola é enfatizado que "Todo aquele que permanece Nele (em Jesus), não vive pecando" (1 João 3.6), significando que não vive na prática ostensiva do pecado.

Aqui, então, a confissão de pecados compreende deslizes, fraquezas diversas cometidas não porque se é escravo do pecado, mas por se estar em um mundo que conspira diariamente contra o cristão. Deve-se, no entanto, saber que o livramento total só virá na eternidade.


Que Deus a todos abençoe agora e no dia da eternidade.


Pr. Josué Ribeiro da Costa, Aprendiz de Teologia

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O liberalismo teológico e suas contradições

Como já falei, prefiro transcrever alguns artigos. Um possível resumo poderia mutilar o texto ou tirar a clareza e peculiaridade que cada autor tem. Meu compromisso é citar a fonte e não poderia ser diferente. É possível que a referida leitura desperte interesse para que se obtenha mais informações sobre o assunto e correlatos.

O que se segue está no livro "A Bíblia através dos séculos": uma introdução / Antonio Gilberto da Silva. - Rio de Janeiro : Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1986. p. 54.


"A chamada Alta Crítica tem feito uma devastação com seu modernismo e suas contradições no que concerne à formação, fontes e autencidade do cânon, especialmente o Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus livros. Em resumo, a Alta Critica é a discussão das datas e da autoria dos livros. Ela estuda a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes do conhecimento humano. Por sua vez, a Crítica Textual, também conhecida por Baixa Crítica, estuda o texto bíblico, e este somente, e, ao lado da Arqueologia, vem alcançando um progresso valioso, posto à disposição do estudante das Escrituras. Por exemplo, a teoria de que a escrita era desconhecida nos dias de Moisés já foi destruída. E de ano para ano aumentam os achados nas terras bíblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e fatos do Antigo Testamento. Mediante tais provas irrefutáveis, os homens estão tendo mais respeito pelo Livro Sagrado! Toda a Bíblia vem sendo confirmada pela pá do arqueólogo e pelos eruditos em antiguidades bíblicas. Coisas que pareciam as mais incríveis são hoje aceitas por todos, sem objeções. O estudante das Escrituras deve estar prevenido conta a Alta Crítica".


Concluindo:
O magistrado não ousa falar mal, criticar a Lei, instrumento principal de suas atividades. O médico, por sua vez não censura os principíos milenares da medicina, pelo contrário, as pesquisas científicas giram em torno da necessidade de melhoras e avanços para o bem da sociedade. A lista é longa incluindo cientistas das diversas áreas. Apenas um exemplo são os altíssimos investimentos da NASA em tecnologia específica, no entanto seus pesquisadores não atacam e nem demerecem esta idônea instituição. Mas lamentavelmente constatamos que a Teologia, e mais especificamente a Bíblia, a inspirada, inerrante e infalível Palavra de Deus sofre acirrado ataque por quem deveria ser seus guardiães, mesmo sabendo-se que o livro pode ser destruído, perseguido, mas sua eterna mensagem jamais o será. Na lista de ofensas e ataques aparece pastores, professores de diversas instituições de ensino religioso e alguns "meninos, crianças espirituais", no dizer do apóstolo Paulo. Não bastasse, o mercado está repleto de "obras" que desmerecem as Escrituras Sagradas. São comentários ácidos de escritores azedos, enfezados. São céticos, com ar de petulância. São rompantes. Dão aparência que têm a palavra final e que a Bíblia já estaria incinerada pela falácia de seus "argumentos". Infelizmente, conseguem seguidores cumprindo-se o vaticinado pelo apóstolo Pedro em sua segunda carta, capítulo 2, vv 1-3: "Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até o ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; Também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme".

Que Deus a todos esclareça por meio de seu prescrutador Espírito.

Pr. Josué Ribeiro da Costa. Aprendiz de Teologia.







segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O vinho nos tempos do Antigo Testamento

Aqui a continuação do assunto em epígrafe que teve sua primeira parte e agora segue a segunda.

"A posição do Antigo Testamento sobre o vinho fermentado.
Em vários lugares o AT condena o uso de yayin e shekar como bebidas fermentadas. (1) A Bíblia descreve os maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé (Gênesis 9.20-27). Ele plantou uma vinha, fez a vindima, fez vinho embriagante de uva e bebeu. Isso o levou à embriaguez, à imodéstia, à indiscrição e à tragédia familiar em forma de uma maldição imposta sobre Canaã. Nos tempos de Abraão, o vinho embriagante contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas de Ló (Gênesis 19.31-38). (2) Devido ao potencial das bebidas alcoólicas para corromper, Deus ordenou que todos os sacerdotes de Israel se abstivessem de vinho e doutras bebidas fermentadas, durante sua vida ministerial. Deus considerava a violação desse mandamento suficientemente grave para motivar a pena de morte para o sacerdote que a cometesse (Levítico 10.9-11). (3) Deus também revelou sua vontade a respeito do vinho e das bebidas fermentadas ao fazer da abstinência uma exigência para todos que fizessem voto de nazireado. (4) Salomão, na sabedoria que Deus lhe deu, escreveu: "O vinho é escarnecedor, e a bebida forte, alvoroçadora; e todo aquele neles errar nunca será sábio" (Provérbios 20.1). As bebidas alcoólicas podem levar o usuário a zombar do padrão de justiça estabelecido por Deus e a perder o autocontrole no tocante ao pecado e à imoralidade. (5) Finalmente, a Bíblia declara de modo inequívoco que para evitar ais e pesares e, em lugar disso, fazer a vontade de Deus,os justos não devem admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que possa embriagar e viciar (Provérbios 23.29-35)".

(Transcrito da Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 242. Publicada pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus. 1995).

Que Deus em Cristo Jesus a todos abençoe agora e na eternidade.

Pr. Josué Ribeiro da Costa, Aprendiz de Teologia.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O valor da doutrina bíblica

O subtítulo que se segue é componente do assunto em epígrafe abordado no livro ("Conhecendo as doutrinas da Bíblia". Myer Pearlman. Editora Vida. p 14), que dispensa resumo ou condensação pela lucidez que vem explanado, daí sua transcrição na íntegra.





O conhecimento dourinário é um baluarte contra o erro.


Mateus 22.29; Gálatas 1.6-9; 2Tm 4.2-4.



"Diz-se com razão, que as estrelas surgiram antes da astronomia, e que as flores existiram antes da botânica, e que a vida existia antes da biologia, e que Deus existia antes da teologia.

Isto é verdade. Mas os homens em sua ignorância conceberam idéias supersticiosas acerca das estrelas, e o resultado foi a pseudociência da astrologia. Os homens conceberam falsas idéias acerca das plantas, atribuindo-lhes virtudes que não possuiam, e o resultado foi a feitiçaria. O homem na sua cegueira formou conceitos errôneos acerca de Deus e o resultado foi o paganismo com suas superstições e corrupção.

Porém surgiu a astronomia com seus princípios verdadeiros acerca dos corpos celestes e dessa maneira expôs os erros da astrologia. Surgiu a botânica com a verdade sobre a vida vegetal e dessa maneira foram banidos os erros da feitiçaria. Da mesma maneira, as doutrinas bíblicas expurgam as falsas idéias acerca de Deus e de seus caminhos".

"Que ninguém creia que erro doutinário seja um mal de pouca importância", declarou D.C.Hodge, teólogo de renome. "Nenhum caminho para a perdição jamais se encheu de tanta gente como o da falsa doutrina. O erro é uma capa da consciência, e uma venda para os olhos".

Que Deus em Cristo Jesus a todos abençoe agora e na eternidade.


Pr. Josué Ribeiro da Costa. Aprendiz de teologia









sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Só a Bíblia tem autoridade para denunciar os ímpios

A autoridade da Palavra de Deus não é só por ela mostrar os pensamentos e atitudes mais escusas dos homens, mas também por mostrar aquele que pode salvar o mais vil dos pecadores, transformando-0 em uma nova criação ou criatura. O evangelista Lucas declara no livro que toma seu nome capítulo, 19.10: "Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido".
A expressão "Filho do Homem" é uma alusão a Jesus Cristo.
A palavra "Perdido", tem aqui o sentido de extraviado, desenganado, arruinado, sem solução.
Que fale mais uma vez a Bíblia sobre a sagacidade dos que vivem sem compromisso com Deus e sua Palavra que é eterna, santa, inspirada pelo Espírito Santo, inerrante, infalível e atualíssima.
"Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos.
Porque a transgressão o lisongeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta, nem detestada.
As palavras de sua boca são malícia e dolo; abjurou o discernimento e a prática do bem.
No seu leito, maquina a perversidade, detém-se em caminho que não é bom, não se despega do mal" (Salmos 36. 1-4).
Para o rio de calamidades acima descritas de forma clara pelo salmista só a salvação em Cristo Jesus. Sobre a necessidade da salvação o próprio Jesus se manifestou: "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado" (Evangelho de Marcos 16.16).

Que Deus, em Cristo a todos abençoe agora e na eternidade.

Pr. Josué Ribeiro da Costa. Aprendiz de Teologia.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

A benção da Bíblia quando lida, ouvida e obedecida

"Vocês empregados, sejam obedientes aos seus patrões e os respeitem, não somente os que são bons e compreensivos, mas também aqueles que os tratam mal.
Se vocês suportarem sofrimentos injustos, sabendo que essa é a vontade de Deus, ele abençoará vocês por causa disso.
Pois, se vocês fazem o mal e são castigados, qual é o merecimento de suportarem com paciência o castigo? Mas, se vocês sofrem por terem feito o bem e suportam esse sofrimento com paciência, Deus os abençoará por causa disso,
pois para isso que ele os chamou.
O próprio Cristo sofreu por vocês e deixou o exemplo, para que sigamos seus passos,
Ele não cometeu nenhum pecado e nunca disse uma só mentira.
Quando foi insultado, não respondeu com insultos. Quando sofreu não ameaçou, mas pôs sua esperança em Deus, o justo juiz.
O próprio Cristo levou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz a fim de que morrêssemos para o pecado e vivêssemos uma vida correta. Por meio dos ferimentos dele vocês foram curados.
Vocês eram como ovelhas que haviam perdido o caminho, mas agora foram trazidos de volta para seguir o Pastor, que cuida da vida espiritual de vocês" (Primeira carta de Pedro 1.18-25. Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil, 2005. 1504 p.)

Que Deus em Cristo a todos abençoe agora e na eternidade.


Pr. Josué Ribeiro da Costa. Aprendiz de Teologia.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cristocentrismo

"Então Filipe, começando com aquela passagem da Escritura, anunciou-lhe as boas novas de Jesus" (Atos 8.35).

Dois parâmetros devem orientar aos que ministram a Palavra de Deus: Ter Jesus como o assunto central e a Bíblia como a infalível, inerrante e inspirada Palavra de Deus. Quando ocorre muito blá, blá, blá em alguns lugares já se reconhece sem muito esforço que Cristo não está inserido na mensagem. Outras vezes até se lê um texto da Bíblia, que na verdade é apenas um pretexto, pois feita a leitura aquele a quem caridosamente se chama de pregador fala de tudo menos do texto lido.
Filipe nesta aula de evangelismo pessoal do oitavo capítulo de Atos dos apóstolos ensina que a abordagem deve ser o mais simples. O eunuco lia um texto do Antigo Testamento, lógico que obscuro para ele, no entanto, o versículo 29, diz que o Espírito estava orientando o evangelista a que se aproxime da carruagem. Feito o contato ,Filipe descobre que aquele ministro da economia de Candace, rainha dos etíopes, lia um texto do profeta Isaías. Sem delongas, sem muita retórica e digressões a Palavra de Deus é anunciada tendo como fio mestre e condutor a pessoa de Jesus.
Que aprendamos com Filipe.

Que Deus, em Cristo a todos abençoe agora e na eternidade.


Pr. Josué Ribeiro da Costa. Aprendiz de Teologia.

domingo, 24 de julho de 2011

Livro do Profeta Isaías 9.6,7

"Porque a nós nos é nascido um menino, e a nós nos é dado um filho; o governo está sobre os seus ombros, e ele tem por nome Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso Deus, Eterno Pai, Príncipe da Paz.
Do aumento do seu governo e da paz, não haverá fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para restabelecer e para o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre. O zelo de Jeová dos Exércitos cumprirá isso"(Bíblia Sagrada: tradução brasileira. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010. 1216 p. ; 13,5 x 21 cm).

Que Deus a todos abençoe agora e no dia da eternidade.

Pr. Josué Ribeiro da Costa, Aprendiz de Teologia.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Minha ingênua observação

O técnico de futebol tem em geral uma reclamação muito comum: "Preciso de reforços para esta ou para aquela posição". E o atual técnico da seleção brasileira de futebol, estaria precisando de reforços para o seu esquema tático? Onde conseguir? Como resolver o problema? Já que no caso específico da seleção não há a burocracia das contratações, qual caminho tomar?
Que alguém com um pouco de lucidez tente desvendar os labirintos das complicadas entrevistas do atual técnico da seleção brasileira de futebol, devidamente protegido por todo seu "staff".
Que minha ingênua observação pudesse ser respondida!

Que Deus em Cristo abençoe a todos, agora e no dia da eternidade.

Pr. Josué Ribeiro da Costa, Aprendiz de Teologia.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O clamor dos que sofrem

"Ele nos auxilia em todas as nossas aflições para podermos ajudar os que têm as mesmas aflições que nós temos. E, nós damos aos outros a mesma ajuda que recebemos de Deus." ( 2 Coríntios 1.4)

"Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice de sofrimento!" Estas são as palavras de Jesus registradas no evangelho de Mateus, capítulo 26, versículo 39. E muitas pessoas que sofrem repetem esta mesma oração a Deus: "Meu Pai, afasta de mim esta enfermidade, esta solidão, esta injustiça, esta depressão, esta..."
Jesus orou : "Se é possível..." Mas há algo impossível para Deus? Não, não há. Entretanto, como sabemos, a morte de Cristo era a forma de nos providenciar a salvação. Jesus não precisava ser salvo, mas ele se dispôs a sofrer e morrer por nós.
A Bíblia nos diz que os sofrimentos existem como fruto do pecado que começou em Adão e Eva. Tudo se tornou imperfeito, e todos nós estamos sujeitos ao sofrimento. Deus não quer que soframos, mas ele aproveita o nosso sofrimento para os seus propósitos que são:
  • tornar-nos cristãos mais maduros (confira Tiago 1.2-4);
  • remover as nossas impurezas e focalizar nossa vida em valores eternos (confira 1 Pedro 4.1,2);
  • que não sejamos orgulhosos (confira 2 Coríntios 12.7);
  • ensinar-nos a depender dele (1 Pedro 5.6,7)
  • fazer com que tenhamos mais comunhão com os nossos irmãos em Cristo (confira 1 Coríntios 12.26);
  • ensinar-nos a confortar outros (confira 2 Coríntios 1.3-5);
  • aumentar a nossa fé através da disciplina (confira Hebreus 12.6);
  • mostrar-nos que a graça de Deus é suficiente (confira 2 Coríntios 12.9);
  • fazer com que nos tornemos testemunho da graça de Deus (confira 1 Pedro 3. 13-17);
  • levar-nos a dar glória ao nome de Cristo (confira 1 Pedro 4.12-14);
Que a nossa oração se assemelhe àquela feita pelo Senhor Jesus: "Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres." (João 26.39) A vontade de Deus é boa, agradável e perfeita. Portanto nós podemos confiar totalmente nele, certos de que nada pode nos separar do seu amor. E é o próprio Deus que promete um dia enxugar dos nossos olhos toda lágrima, no nosso novo lar eterno.
(Judith Kemp)

(Transcrito da Bíblia da Família. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2006, p. 1200)

Que Deus em Cristo Jesus a todos abençoe agora e na eternidade.

Pr. Josué Ribeiro da Costa

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Por acaso ou por amor

Livro de Ester capítulo 2 e versículos 16 e 17: "Ester foi levada ao palácio para apresentar-se ao rei Xerxes no mês de Tebete, o décimo mês do sétimo ano de seu reinado. Ele gostou dela mais do que qualquer outra moça, e ela conquistou a simpatia e a admiração dele como nenhuma outra moça havia feito. Ele colocou a coroa na cabeça dela e a fez rainha no lugar de Vasti".

"Deus não trabalha em nossa vida baseado no acaso. Vejamos a vida de Ester, por exemplo. Aparentemente, tudo o que aconteceu a ela conspirava contra os interesses dos israelitas e contra ela mesma. Mas Ester foi muito corajosa ao perceber e aceitar a responsabilidade que o Senhor colocou em seus ombros em relação ao povo de Israel (mesmo livro 4.14,16): " se eu tiver de morrer por causa disso, morrerei" (v.16).
Nada do que aconteceu na vida de Ester foi circunstancial. Não foi por acaso que:
  • a rainha Vasti saiu de cena;
  • Ester foi escolhida para ser rainha;
  • Mordecai descobriu a conspiração;
  • o rei teve insônia na véspera em que Hamã _ o traidor _ enforcaria Mordecai;
  • o rei decidiu honrar Mordecai no Livro das Crônicas.
Foi por meio desses "acasos" que o Senhor preparou o rei para ouvir as palavras de Ester, para assim os judeus serem salvos da destruição.
Sua família está passando por adversidades? Você consegue vislumbrar uma luz nesse caminho tão escuro? Tenha certeza e transmita essa verdade a seus filhos: nada em nossa vida acontece por acaso, mas, sim, em virtude do amor do Pai!" Assim atesta a Carta aos Romanos no capítulo 8 e versículo 28: "Pois sabemos que todas as coisas trabalham juntas para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles a quem Ele chamou de acordo com o seu plano". (Judith Kemp)

(Transcrito da Bíblia da Família. Barueri, SP : Sociedade Bíblica do Brasil, 2006. p. 491)

Deus em Cristo Jesus a todos abençoe agora e na eternidade.

Pr. Josué Ribeiro da Costa, Aprendiz de Teologia.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ricas lições a quem administra

Normalmente um novo chefe, traz consigo novidades, surpresas e que serão vistas na sua nova administração. É lógico que ajam mudanças, pois cada indivíduo tem características próprias e se supõe que se necessário, sejam as referidas mudanças para melhor. Lamentavelmente em muitos casos ocorre o inverso quando mudanças são feitas sem nenhum critério, sem nenhum cuidado e para piorar algumas dessas mudanças são feitas para desfazer o que foi criado pelo antecessor. Essa é uma prática comum no universo da política, mas não podia ser no reino de Deus.



Assim registra o texto sagrado: "De acordo com a orientação dada por Davi, o seu pai, Salomão organizou os sacerdotes em grupos para fazerem o trabalho e também os levitas, que cantavam louvores a Deus e ajudavam os sacerdotes no trabalho de todos os dias. Também organizou os guardas em grupos, para os vários portões do Templo, tudo de acordo com com as ordens de Davi, homem de Deus" (2 Crônicas 8.14).



Falar da sabedoria de Salomão pode parecer redundância, mas como um dos luminares da História mundial e bíblica, ele, como o novo rei e inteligente que era podia engendrar substanciais mundanças na administração que recebera de seu pai. No texto de segundo Crônicas há referência à liturgia e a sua organização promovida pelo rei Daví com a unção do Espírito Santo, agora com o Templo recém inaugurado, o rei Salomão toma o serviço feito por Daví e insere no culto.



É bom se destacar que Salomão não fez mudanças tão somente por ter sido seu antecessor o próprio pai, mas por ter usado de um salutar critério, equilíbrio e bom senso, do qual fala muito em seus Provérbios.



No entanto em administrações diversas o que se tem visto é o desperdício de tempo, dinheiro, pessoas envolvidas, assim como magoadas com mudanças sem sentido de um novo líder que assume e às vezes em um arroubo momentâneo faz sua administração sofrer sérios prejuízos, tão somente por ter resolvido mudar para provar que pode mandar. Ah! se tais mudanças sem nexo, e incoerentes que visam promover o ego doentio mexessem no bolso dessas pessoas, a história seria outra com certeza.


Algumas considerações sobre mudanças a quem administra:


1) É hora de mudar?


2) A mudança é pertinente? É coerente? É responsável?


3) Visa o bem do todo?


4) Toda a mudança traz resistência, por isso o líder deve está ciente e seguro do que está fazendo. Há riscos a serem contabilizados.


5) Há mudanças que devem ser trabalhadas, amadurecidas. Os mais experientes concordam que o tempo pode ser um bom aliado.

6) Caso não dê certo determinada mudança, o líder deve assumir os juros da iniciativa errada.

7) O ditado que diz que é melhor arriscar e errar do que ser acusado de não ter arriscado, tem o seu lado relativo, pois há mudanças que envolvem mais que meras circuntânscias.

8) O líder representa um grupo, uma corporação, uma igreja evangélica, ou outro segmento. Em última análise ele é responsável por decisões, mudanças, erros e acertos do grupo que lidera.

9) O ponto oito nos arremete a um fato importantíssimo. Que cada líder tivesse acompahando de eficientes conselheiros. Vamos até o livro canônico de Provérbios de Salomão: "O país que não tem um bom governo cairá; com muitos conselheiros, há segurança" (Pv 11.14).

"Sem conselhos os planos fracassam, mas com muitos conselheiros há sucesso" (Pv 15.22).

"Procure bons conselhos e você terá sucesso; não entre na batalha sem antes fazer planos" (Pv 20.18).

10) Não havíamos pensado em dez pontos, coincidiu, mas a lista está aberta e aqui é sugerido a oração como aliada inseparável de quem administra. De quem vai estar sempre tomando decisões, enfim de quem vez por outra precisará fazer mudanças.

"Se lhe faltar conhecimento, procure ajuda com os homens. Se lhe faltar sabedoria procure a Deus. Ma s se lhe faltar bom senso, nem Deus nem os homens poderão lhe ajudar".

Que Deus a todos abençõe em Cristo Jesus, nosso Senhor.


Pr. Josué Ribeiro da Costa

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A atualidade do profeta Habacuque

"Sentença revelada ao profeta Habacuque. Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida" (Habacuque 1. 1-4).


Autor e data

Pouco se sabe a respeito do profeta Habacuque. Tudo indica que ele viveu entre 605 e 597 a.C.

Se outros profetas foram surpreendidos por mensagens que vinham direto de Deus e que eles não esperavam, Habacuque subiu a sua torre de vigia e esperou o que Deus ia dizer (2.1). Ele até ousou questionar e contestar aquilo que Deus faz (1.2,3,13). (Bíblia de Estudo NTLH).


Corrobora, Isaltino Gomes Coelho Filho, quando alude ao texto em epígrafe: "O quadro diante do profeta é dantesco: violência, iniquidade, opressão, destruição, contendas e litígio, lei frouxa, justiça que não se manifesta, ímpio que cerca justo e justiça pervertida. É um filme que vemos todos os dias, cotidianamente, na nossa sociedade. E a nossa reação, muitas vezes, se não explícita, pelo menos é algo que nos incomoda: por que Deus não age? Por que deixa que as coisas caminhem como estão e só toma providência um pouco tardiamente? Neste sentido, Habacuque pode nos ajudar muito, porque sua preocupação se torna a de muita gente, hoje. Vemos também que a presença do mal na vida humana e na perversão dos laços humanos não é algo inédito. Sempre esteve presente na história da humanidade" (Os profetas menores II, p. 79: JUERP, 2002-04-25).


Que Deus em Cristo Jesus, a todos abençoe agora e no dia da eternidade que cada vez mais se avizinha. "Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas".


Pr. Josué Ribeiro da Costa, aprendiz de teologia.

sexta-feira, 11 de março de 2011

As crises de desânimo do ministro

C.H.Spurgeon, considerado "o príncipe dos pregadores" escreve em seu livro "Lições aos meus alunos, página 202, primeira edição em portugues, 1982. Publicações evangélicas selecionadas", um capítulo sobre a depressão na vida daqueles envolvidos no ministério divino. Sua abordagem é simples e pode ser compartilhada por outras pessoas, pois a depressão não escolhe ofícios. O que se segue é um resumo do referido capítulo.


"Como está escrito que Davi, no calor da batalha, abateu-se, assim se pode escrever de todos os servos do Senhor. Crises de depressão acometem a maioria de nós. Animados como possamos ser normalmente, a intervalos temos que ser derrubados. O forte nem sempre está vigoroso, o sábio nem sempre é expedito, o bravo nem sempre é corajoso, e o alegre nem sempre está feliz. Pode ser que existam aqui e ali homens de aço a quem o ralar e o rasgar não causam nenhum dano perceptível, mas por certo a inércia desgasta mesmos a estes; e quanto aos homens comuns, o Senhor sabe e os faz saber que não passam de pó. Sabendo pela mais penosa experiência o que significa uma profunda depressão de espírito, sendo visitado por ela frequentemente e a intervalos não demorados, achei que poderia ser consolador para alguns dos meus irmãos se partilhasse meus pensamentos sobre isso para que os mais jovens não imaginem que algo estranho lhes acontece quando tomados em alguma ocasião pela melancolia; e para que os mais deprimidos saibam que a pessoa sobre quem o sol está brilhando jubilosamente nem sempre andou na luz".

"Não é necessário provar com citações de biografias de ministros que a maioria deles, senão todos, passou por períodos de terrível prostração. A vida de Lutero poderia ser suficiente para dar mil exemplos, e ele não era de modo nenhum do tipo mais fraco. Seu espírito grandioso esteve muitas vezes no sétimo céu da exultação, e com igual frequência às bordas do desespero...Por que será que os filhos da luz andam às vezes em trevas espessas? Por que será que os arautos da alvorada às vezes se acham numa noite que vale por dez"?

1. "Não será primeiro porque são homens?
Sendo homens, estão enquadrados na fraqueza e são herdeiros da tristeza. É preciso que às vezes enfrentemos durezas. Aos homens de bem foram prometidas tribulações neste mundo, e os ministros podem esperar maior parte do que os outros, para aprenderem a simpatizar com o sofredor povo do Senhor, e assim possam ser aptos pastores de um rebanho enfermo. Os anjos poderiam ter sido ordenados evangelistas, mas os seus atributos celestiais os teriam incapacitados para terem compaixão dos ignorantes; poderiam ter sido modelados homens de mármore, mas a sua natureza impassível seria um sarcasmo para a nossa fragilidade e uma zombaria das nossas necessidades. Foi a homens, e homens sujeitos às paixões humanas, que o sapientíssmo Deus escolheu para serem os Seus vasos de bençãos; daí estas lágrimas, estas perplexidades, estas quedas".

2. "Além disso, na maioria somos, de um modo ou de outro, fisicamente defeituosos.
A grande maioria de nós trabalha com uma ou outra forma de deficiência do corpo ou da mente. Certas doenças do corpo, principalmente as relacionadas com os orgãos do aparelho digestivo, o fígado e o baço, são tremendas fontes de desânimo, e, lute o homem quanto puder contra tais influências, haverá momentos e circunstâncias em que por algum tempo o vencerão. Quanto às doenças mentais, haverá alguém que seja inteiramente são? Não estamos todos um pouco fora do equilíbrio"?

3. "Quando empreendemos a nossa obra fervorosamente, tornamo-nos vulneráveis à depressão.
Quem pode aguentar o peso das almas sem afundar no pó? As entranhadas aspirações pela conversão dos homens, se não plenamente satisfeitas (e quando são?), consomem de angústia e desapontamento a alma. Ver os interessados irem por água abaixo, os piedosos se esfriarem, os crentes professos abusarem de seus privilégios, e os pecadores ficarem mais descarados - ver estas coisas não é o suficiente para esmagar-nos contra o solo? Como podemos sentir-nos doutro modo se não entristecidos, enquanto os homens não crêem em nossa mensagem, e não se revela o braço do Senhor? Todo o trabalho mental tende a cansar-nos e a deprimir-nos, pois o muito estudo enfado é da carne; mas o nosso trabalho é mais que mental - é do coração, é labuta do íntimo da nossa alma".

4. "A nossa posição na igreja também conduz a isso.
Um ministro plenamente habilitado para o seu trabalho normalmente será um espírito que está acima, além e à parte dos demais. O mais afeiçoado dentre o seu povo não pode penetrar os seus pensamentos, cuidados e tentações peculiares. Nas fileiras militares os homens andam ombro a ombro, com muitos companheiros, mas conforme o oficial sobe na hierarquia, os homens da sua posição vão sendo cada vez em menor número. Há muitos soldados, poucos capitães, menos coronéis, mas somente um comandante em chefe. Assim, em nossas igrejas, o homem que o Senhor eleva como líder vem a ser, no mesmo grau em que é homem superior, homem solitário. Os homens de Deus que se elevam acima dos seus semelhantes mantendo mais íntima comunhão com as realidades celestiais, em seus momentos de maior fraqueza acham falta da simpatia humana. Como o Senhor no Getsêmani, buscam em vão receber conforto dos discípulos que dormem ao seu redor".


Ocasiões mais propícias para as crises de desânimo

"Na medida em que eu as tenho experimentado (aqui o testemunho de Spurgeon), podem ser resumidas num breve catálogo. Dentre elas devo mencionar em primeiro lugar a hora de grande sucesso. (a) Quando um desejo há muito tempo acalentado finalmente se cumpre, tendo Deus sido grandemente glorificado por nosso intermédio havendo-se alcançado grande triunfo, então estamos sujeitos a desfalecer. Talvez se pudesse imaginar que, em meio a favores especiais, a nossa alma pairaria nas alturas do êxtase e se regozijaria com júbilo indescritível, mas o que se dá geralmente é o inverso...Vejam Elias depois de ter caído fogo do céu, depois de terem sido mortos os sacerdotes de Baal, depois que a chuva alagou a terra árida! Para ele nada de notas de música de auto-complacência, nada de pavonear-se como um conquistador em roupagens de vitorioso. Ele foge de Jezabel, e, sentindo a revulsão do seu distúrbio intenso, suplica pedindo para morrer. Aquele que nunca haveria de ver a morte anseia pelo repouso do sepulcro, como César, o monarca do mundo em seus momentos de pesar chorava como uma menina doente. A pobre natureza humana não pode aguentar tensões como as que advêm das vitórias celestiais; tem que sobrevir uma reação. O excesso de alegria ou de emoção tem que ser pago com depressões subsequentes..."


(b) "Antes de alguma grande realização, certa medida da mesma depressão geralmente ocorre.

Divisando as dificuldades que se nos antepõem, os nossos corações sucumbem dentro de nós. Os filhos de Enaque se agigantam diante de nós, e somos como gafanhotos aos nossos próprios olhos na presença deles. As cidades de Canaã são muradas até aos céus, e quem somos nós para esperar capturá-las?

Foi esta minha experiência (aqui o testemunho de Spurgeon), quando no começo me tornei pastor em Londres. O meu sucesso me aterrorizou; e a idéia da carreira que parecia abrir-se, muito longe de entusiasmar-me, lançou-me às maiores profundezas, das quais pronunciei o meu miserere e não achei lugar para cantar glória em excelsis. Quem era eu para eu para continuar liderando tão grande multidão? Queria ir para a minha obscuridade aldeã, ou emigrar para a América e encontrar um ninho no ermo onde fosse idoneo para as coisas que se exigissem de mim. Mas precisamente aí a cortina estava se levantando sobre a minha vida, e temí o que poderia sobrevir. Eu espero que não tenha sido falta de fé, mas eu estava temeroso e completamente tomado pelo senso de minha inépcia. Estava com medo de uma obra que a Providência repassada da graça divina preparava para mim. Senti-me como simples criança, e tremí quando ouvi a voz que dizia: "Levanta-te, malha as montanhas, e faz delas palha".


(c) "Em meio a uma longa tirada de trabalho ininterrupto, pode-se achar a mesma aflição.

Não se pode dobrar o arco o tempo todo sem temer quebrá-lo. O repouso é necessário à mente tanto quanto o sono ao corpo. Nossos sabbaths - nossos domingos - são os nossos dias de trabalho, se não descansarmos nalgum outro dia, ficaremos prostrados. Mesmo a terra seca precisa ficar sem lavradio e ter os seus períodos sabáticos; assim conosco. Daí a sabedoria e compaixão de nosso Senhor, quando disse aos Seus discípulos: "Vinde vós aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco". O quê?! Quando o povo está desfalecido? Quando as multidões estão como ovelhas nas montanhas sem pastor? E Jesus fala de descanso? Quando os escribas e fariseus, quais lobos vorazes, rondam o rebanho, leva Ele os Seus discípulos para um tranquilo lugar de repouso? O tempo de repouso não é tempo perdido. É economia juntar novas forças..."


(d) "Um golpe esmagador às vezes deixa o ministro muito abatido.

O irmão em quem mais se confiava torna-se um traidor. Judas levanta o calcanhar contra o homem que confiava nele, e o coração do pregador lhe falha na hora. Todos nós estamos prontos demais para ver uma arma carnal, e dessa propensão surgem muitas das nossas tristezas. O golpe é igualmente demolidor quando um honrado e estimado irmão se rende a alguma tentação, e leva à desgraça o santo nome pelo qual era chamado. Qualquer coisa é melhor que isto. Isto leva o ministro a ansiar por uma cabana em algum vasto deserto onde possa ocultar a cabeça para sempre, e não ouvir mais as zombarias blasfems dos ímpios. Dez anos de trabalho não tiram tanto da vida como o que perdemos em poucas horas por causa de Aquitofel, o traidor, ou de Demas, o apóstata. As contendas, também, e as divisões, as calúnias e as críticas tolas, muitas vezes prostram santos homens e os fazem ir "como com uma espada nos ossos". As palavras duras ferem profundamente certas mentes delicadas. Muitos dos melhores ministros, pela própria espiritualidade do seu caráter, são excessivamente sensíveis - sensíveis demais pra um mundo como este. "Um coice que mal move um cavalo, mata um bom teólogo." As provações de um verdadeiro ministro não são poucas, e as que são causadas por crentes professos ingratos são mais duras de aguentar do que os mais grosseiros ataques de inimigos confessos. Oxalá nenhum homem que anda em busca de tranquilidade mental e de quietude na vida entre no ministério; se o fizer, fugirá dele desgostoso..."


(e) "Este mal também nos atinge sem que saibamos a razão

Não se pode arrazoar com depressão desmotivada. Tampouco pode a harpa de Davi encantá-la e expulsá-la com os seus suaves argumentos. É como lutar com o nevoeiro, enfrentar esta situação informe, indefinível e trevosa de desamparo. Nem a gente mesmo tem dó de si neste caso, porque parece irrazóavel, e até pecaminoso, ficar angustiado sem causa evidente. Se os que se riem dessa melancolia apenas sentissem por uma hora a sua dor, o riso deles seria silenciado pela compaixão".


Deus a todos abençoe em Cristo Jesus.


Pr. Josué Ribeiro da Costa.