sábado, 17 de dezembro de 2011

A confissão de pecados como salutar prática

"Os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estranhos, puseram-se em pé e fizeram confissão dos seus pecados e das iniquidades de seus pais." (Neemias 9.2)


A confissão de pecados segundo os padrões bíblicos deveria ser uma "rotina", quero dizer, uma disciplina. Todo o dia é momento de confissão de pecados. Confrontados ou não com nossas falhas, mazelas e pecados, o Espírito Santo almeja nos encorajar a esta salutar prática. Esclareça-se que tal postura não é um mantra, uma espécie de reza ou algo que o valha, pois redundará em legalismo.

A partir da sondagem feita por Deus e de um sincero pedido, o cristão pode falar como o salmista: "vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno" (Salmo 139.23,24). A falta de confissão acumula frieza espiritual, formalismo e insenssibilidade como ocorreu com o povo de Israel e sua liderança por diversas vezes. Deus em sua infinita e graciosa misericórdia provia meios para que através de grandes avivamentos retornassem aos padrões requeridos por Ele.

A confissão de pecados também serve de alarme. O pecado é hediondo. É traiçoeiro. É insistente. É incansável. O escritor na Carta aos Hebreus afirma: "...desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia.."(Hebreus 12.1). Reportando ao primeiro homicídio, as Sagradas Escrituras falam de uma espécie de aviso solene que o Senhor dera a Caim: "Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo" (Gênesis 4.7). Teria Caim conseguido livramento de tamanha queda caso tivesse confessado o pecado já instalado, mas não consumado? A resposta só pode ser positiva e aqui citamos as palavras de Tiago em sua carta: "Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte" (Tiago 1.15). A confissão é benfazeja, pois cada cristão sincero mesmo acobertado pelo precioso sangue de Jesus, não pode ser ingênuo em desconhecer que lidamos com um coração corrupto cujo mapa só Deus tem acesso e completo domínio. Com a confissão vem o discernimento que áreas obscuras de nosso ser devem ser vasculhadas pelo melhor dos psicanalistas, o Senhor, que conhece cada um de seus vasos como atesta o profeta Jeremias em sábias palavras: "Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações" (Jeremias 17.10).

O crente sincero e conhecedor de suas inúmeras necessidades espirituais não vai esperar grandes avivamentos ou mesmo situação de crises como as que ocorreram nos dias de Esdras e Neemias (Neemias 9.2) para fazer confissão de pecados, mas vai insistir diante do trono do Altíssimo por sua graça, misericórdia e vida de vitória.

Do pecado congênito, inato, herdado de Adão, foram todos os cristãos sinceros purificados pelo precioso sangue de Jesus: "Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1.7). Na mesma epístola é enfatizado que "Todo aquele que permanece Nele (em Jesus), não vive pecando" (1 João 3.6), significando que não vive na prática ostensiva do pecado.

Aqui, então, a confissão de pecados compreende deslizes, fraquezas diversas cometidas não porque se é escravo do pecado, mas por se estar em um mundo que conspira diariamente contra o cristão. Deve-se, no entanto, saber que o livramento total só virá na eternidade.


Que Deus a todos abençoe agora e no dia da eternidade.


Pr. Josué Ribeiro da Costa, Aprendiz de Teologia